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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Só sei que nada sou e serei



Quero cercar-te em mim, para acariciar a tua pele, porque te desejo. Adoro sentir o teu perfume fresco e calmante quando nos amamos.
Desejo sentir o teu rosto no meu, e ouvir a tua voz que sussurra nos meus ouvidos.
Sentir a tua pele colada à minha, e ficar assim, abraçado na penumbra a falar dos nossos sentimentos, das nossas emoções.
É bom deixar que as nossas mãos nos explorem até a epiderme se arrepiar com lentidão, até a calma virar desejo.
Sentir o toque dos teus lábios nos meus como um fogo ardente que consome o meu âmago.
Necessito abraçar-te e não me sentir perdido na solidão que me consome.
Despir-me e deitar-me sobre o teu corpo como um simples hóspede, como um tempo passado, uma lembrança vaga, uma saída delineada. A minha pele dorme e mora nas tuas mãos. Sobre a memória do meu corpo persiste ainda a memória das tuas mãos a devassar inconfessáveis anseios, gemidos que ferem o perfeito silencio. A tua presença pressentida desarruma a nossa rotina.
Quero achar-me um dia. É inevitável. Julgo que é inevitável deixar de me encontrar, num ser que tem tanto para dar!
Mas, quem sou eu? Eu sou quem sou, e sou como sou. Tenho percorrido caminhos longínquos que o destino me tem reservado.
Confesso ser forte por fora na minha aparência, fraco por dentro, mas com paciência.
Mas não me deixes só porque não posso viver sem ti e o meu coração será apenas pó.
Por favor, preciso de ti. Olha para mim, não vês que sofro?
Tu és aquela luz que me ilumina os caminhos por onde ir, a vida certa, perfeita e me transmites a confiança e a razão para não me matar.
Desejo-te quando não te posso ter!
Odeio-te quando mais te desejo.
Quando a neblina da tristeza me invade, as palavras choram, as lágrimas caem. São sentimentos que no coração moram e que quando do coração saem, são palavras que lacrimejam.
Quero ser o que realmente sou, ou ser o que realmente não sou?
No entanto ser o que sou é excluir aquilo que não sou.
Então, como poderei saber que sou aquilo que não sou, se poderei sê-lo?
Só sei que nada sou e serei.



Imagem: Google

3 comentários:

Filipa M. disse...

João,
Estou assim sem palavras para exprimir tanta coisa que transmite no que escreve.
Um aperto no peito. Umas mãos que tremem enquanto escrevo e volta à realidade.
Li e senti-me transportada para longe. Para um daqueles lugares longínquos que não sabendo onde são mas temos a certeza de querer lá estar.

Obrigada por este momento.

meninadesonhos disse...

Como é bom amar assim!!

E como todos nós queremos esse amor!!

Mais um grande texto!!

Beijinhos

elsagnes disse...

Que sentimento profundo que toca no mais fundo de nós este que aqui descreves. Como eu compreendo esta força deste sentir, é de cortar a respiração de tão intenso todo o sentir que aqui é transmitido, sentido e vivido na sua essência.
Como eu costumo dizer, quando não amamos desta forma, que para mim é a única, é também como eu sinto e vivo todo o meu sentir. E aqui, o meu sentido é que só sei que nada sou e serei sem a pessoa que me completa, fico sem chão, é quando sentimos assim que podemos ser mais, podemos ter a luz que nos ilumina os dias e as noites em qualquer lugar onde sabemos que é ali que queremos ficar, nunca estaremos sós, sabemos que ao nosso lado está quem nos deixa ser.
Sem palavras, adorei e, obrigada por todos os momentos que proporcionas de tanto sentir que também sinto.

Beijo meu