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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sonhos meus...



Os meus sonhos são encrespados como as águas revoltas, gélidas e salgadas.


São feitos de reflexos inatos, incontroláveis como as experiências de Pavlov.

Transmitem escárnio como a Gaivota de Tchecov, são santos e pecadores como o crime do Padre Amaro e por vezes sedosos e azulados como as lágrimas límpidas do Tamisa.


São gritos à autonomia e à liberdade apregoados por Leminski e, parecem um arco-íris como os olhos de Natassja Kinski.


São extensos, muitas das vezes tristes e pernoitados, tais prostitutas prostrada à beira da estrada.


Pobres e eternos lutadores como Capitães de Areia de Amado e feitos de palavras negras, como A Canção Desesperada de Pablo Neruda.


Devassos e lascivos como as Memórias de Uma Moça bem-comportada contados por Simone Beauvoir.


São miseráveis e prostituídos como as sarcásticas personagens de Victor Hugo e timbrados nas fragrâncias de Chanel nº5 de pau-rosa.


São vividos e compostos nas quatro estações de Vivaldi ou como Um ensaio sobre a cegueira de alguns Saramagos bem entrosados.


São corpos nus soltando flechas de cupido em busca de Musas e Graças e esculpidos em gelo por tesouras mágicas nas mãos de Eduardo, como num conto de fadas da minha meninice.



São simplesmente sonhos




1 comentários:

Carla Silva disse...

Enfim, são sonhos e os sonhos não se controlam...
Muito lindo. Parabéns