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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Vou dormir




Vou dormir. A lassidão nos olhos provocada por uma semana louca, não me permitem enxergar os ponteiros do tempo.
Vou dormir. São horas de entrar no mundo que me é tão querido, o dos sonhos. Apago primeiro a lamparina da lua que ainda vagueia feita tonta, pelas paredes do quarto.
Vou dormir. O amor promove por mim a dicção do sangue que me percorre nas veias.
Vou dormir. Despeço-me com uma carícia do livro que tenho na cabeceira, que me vigiará os sonhos, para que não sangre como um homem incapaz e obscuro, que não beba o sal e o fel do homem solitariamente demente.
Vou dormir. O corpo necessita morrer por algumas horas, longe da dúvida que me habita no dia. E, na cegueira do céu, as pálpebras cerram-se, os ossos estalam pelo peso dos anos que já me afloraram o corpo. Ardo serenamente em fogo lento e abraço-me no grito mudo do homem marginal.
Vou dormir. Um caderno branco permanece aberto como um barco à beira dos frescos frisos da escuridão e como cego quebro-me por inteiro contra o muro da indiferença.
Vou dormir. Adormeço, sonho e vejo-te a sorrir como uma rosa a florir. Deixo-me ficar parado ao teu lado a observar-te como um anjo, que apenas te ama.
Vou dormir. Mesmo que seja apenas o sonho imaterial, mesmo que seja só a palavra calada, e que me negue ao poema sem valor digo-a aqui com voz em segredo, longe dos teus olhos e da tua respiração: “Existes em mim!"


1 comentários:

Carla Silva disse...

Olá sonhador, deixei no meu blogue um prémio para si. Espero que aprecie!