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sábado, 17 de outubro de 2009

Esvoaçar de borboletas


Esta estrada virtual cheia de muros de um lado e do outro, que nos permite esconder tabus e preconceitos, dá-nos a protecção segura e necessária para termos coragem de desabafar anormalidades que não conseguimos quando enfrentamos os olhos a quem nos escuta.
Quando faço a minha ronda tal vigilante que tenta encontrar algo de anormal no seu percurso, muitos pensamentos me passam pelo juízo e porque não pela alma.
Será que esta espécie de diário que tanta gente passou a saborear, é de facto um “gritar” da dor que todos temos vontade de expelir?
Será que com o passar dos anos, do progresso, somos também cada vez mais infelizes? Cada vez mais isolados?
Embora não tenha formação filosófica para tal, perco-me a ler pedaços que encontro nesta sinuosa estrada do progresso.
Gosto de ler e principalmente conjecturar o “sentir” de quem escreve… e tiro sempre a mesma conclusão.
O ser humano é por natureza um ser insatisfeito, eventualmente seremos o animal, menos adaptado à sociedade que construiu.
Somos o animal que mais medo esconde, e tal como afirmo no meu livro “O lado escuro da lua”… “temos medo constante da solidão, da loucura, do desespero de não ser ninguém, da frustração, do medo de ter medo, o terror de voltar a estar no lado escuro da lua.”
Julgo que tentamos sempre perseguir a perfeição e esquecemos que somos animais que surgiram na terra, e que como as outras espécies que connosco coabitam, temos desejos, medos, frustrações… mas dizem vocês, sim, mas somos racionais.
Sem dúvida que somos, somos racionais, mas racionais particularmente para o infortúnio.
Lógicos para matar por inveja, por gula.
Pensantes para construirmos engenhos que mais dia, menos dia, servirão para a destruição do planeta.
Acertados, para tramarmos o parceiro.
Sensatos para proliferar guerras inúteis.
Prudentes para ferir o nosso semelhante.
Não! O meu mundo nunca foi totalmente azul, nem a minha vida foi sempre colorida como um arco-íris. Olho o negro céu, e confesso que por breves momentos, consigo ver algumas nuvens sombrias.
Por vezes quero gritar: Que se lixem todos estes pseudo racionais!
De manhã e como o faço todos os dias, faço a minha viagem de comboio até Lisboa.
Gosto de observar os comportamentos, os rostos, os sorrisos e até os bocejos.
Quando algo me prende a atenção, é uma simbiose entre nós apertados e borboletas no estômago.
Hoje assisti a um casal de idosos falarem dos netos e senti essas borboletas a esvoaçar entre as suas sábias palavras.

1 comentários:

Milhita disse...

O bater de asas de uma borboleta, dessa, desperta, não do outro lado do mundo, mas em mim, vontade de me saudar o turbilhão de inconstancia e irracionalidade com que nos fazemos, nós!
Um abraço e bom fim de semana