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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ouve



Ouve! Não digas nada.
Escuta comigo os carros lá fora, as luzes a entrar pelas frinchas da janela, as prostitutas em cada esquina gastas do amor.
Ouve os gatos a lutar por não terem quem os ame.
Ouve as pessoas que dormem na rua porque ninguém se importa com as saudades que elas sentem de casa sem poderem voltar atrás.
Ouve a autoridade que oprime o espírito humano, a verdade que é varrida para as sarjetas.
Ouve igualmente os pervertidos que espiam jovens para se masturbarem atingindo desta bizarra forma a satisfação.
Ouve os corações destroçados das pessoas que respiram morte, que vendem a vida e deixam as sobras nos transportes.
Ouve como a insanidade cresce a cada minuto, as doenças aumentam, e o amor diminui.
Ouve a inveja dos egoístas que apenas se contentam com o teu infortúnio.
Ouve, não estás contente de estar aqui deitada comigo?

Texto: JC
Imagem: Google

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Porque me fizeste nascer?


Fui nascido na penumbra de uma curiosa.
E quão difícil é nascer. Se o soubesse teria recusado a tal, e permaneceria para todo o sempre no teu doce e aconchegado ventre de mulher, minha mãe. Aí senti-me sempre seguro e protegido. Era eu, o genuíno, o verdadeiro embrião que se recusava a germinar.
Que doloroso é nascer, minha mãe.
Devias ter-me sussurrado, qual mundo me aguardava. Sim! Eu sempre te ouvi.
E quando tu prenhe, eu te ouvia cantar a “Senhora do Almortão”, sentia-me calmo, embalado e adormecia ao som da tua voz terna e confiante.
Mas devias ter-me alertado, como é complicado vir ao mundo.
Sabes mãe, o tempo é como um predador que corre atrás da sua presa e quando dei por mim, a lei da vida fez-me ver que já não era mais aquele menino que acariciavas e protegias.
Tornei-me homem rápido, ou melhor, um menino mais crescido, porque sempre segui fielmente os teus mandamentos e a minha essência ainda sonha e acredita neles.
Mas, quando neste menino surgiram os primeiros cabelos brancos, olhei por cima do meu ombro, e a saudade alagou-me o coração.
Devias ter-me dito que é difícil nascer, complicado crescer e insuportável viver.
Ainda ontem lembrei com certa nostalgia, aquilo que me dizias “filho, nunca cobices o que é dos outros.” Mas uma coisa é certa minha mãe, apenas tu me o dizias e ainda hoje me o dizes de modo diferente, mas eu continuo a compreender-te.
Sabes mãe, não vejo ninguém fazer o que me ensinaste. Não! Verdade! Sabes, não é este mundo que esperavas, que desejavas e enfatizavas.
Neste, no real, o caminho é longo, a estrada parece não ter fim, a jornada cansa. É uma estrada muito longa que me esgota cada dia que a percorro.
Sou uma flor fora de estação, uma árvore com as raízes soltas da terra que a alimenta, um planeta sem órbita á deriva em busca de um lugar, uma estrela que ofertou o seu brilho, enfim um homem perdido neste tempo e neste espaço.
Se eu pudesse perguntar ao tempo se ainda tenho tempo de esperar, de sonhar e de amar sem o tempo me levar? Mas, o tempo não tem tempo de esperar, de sonhar, nem de amar só tem tempo de passar.
E com o seu passar, vestiu-me uma máscara de desilusão, que tornou os meus olhos tristes.
E tu sabes que depois de tristes surgem e escorrem lágrimas quando vejo crianças que sofrem sem culpa, que morrem sem compaixão, doentes sem perdão, pergunto-me...
Porque me fizeste nascer?


Texto: JC
Imagem: Google

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Faz-me bem



Faz-me bem agora antes de me deitar imaginar-te, onde estarás?

Talvez a tomar um café sozinha num qualquer local, ou então em casa perdida a fazer zapping na tv enquanto enganas o sono que já chega...

Faz-me bem agora antes de me deitar imaginar-te, ver-te assim com um olhar incompreendido repleto de aragens vãs, com as mãos pousadas ao longo do corpo fraco...ver a tua boca seca...

Faz-me bem saber que estás sozinha a sentir a minha falta mas, ao mesmo tempo fico com vontade de ir até aí, encostar o meu corpo ao teu para me abraçares, ficar a beijar-te até o sono chegar e depois ir deitar-me contigo... dormir junto a ti nessa magia tão nossa.

Faz-me bem agora esta lembrança antes de adormecer em paz, antes de deixar o corpo tombar-se para o lado e meter-se ao acaso pelo mundo dos sonhos.


Faz-me bem!



Imagem:Google

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Só sei que nada sou e serei



Quero cercar-te em mim, para acariciar a tua pele, porque te desejo. Adoro sentir o teu perfume fresco e calmante quando nos amamos.
Desejo sentir o teu rosto no meu, e ouvir a tua voz que sussurra nos meus ouvidos.
Sentir a tua pele colada à minha, e ficar assim, abraçado na penumbra a falar dos nossos sentimentos, das nossas emoções.
É bom deixar que as nossas mãos nos explorem até a epiderme se arrepiar com lentidão, até a calma virar desejo.
Sentir o toque dos teus lábios nos meus como um fogo ardente que consome o meu âmago.
Necessito abraçar-te e não me sentir perdido na solidão que me consome.
Despir-me e deitar-me sobre o teu corpo como um simples hóspede, como um tempo passado, uma lembrança vaga, uma saída delineada. A minha pele dorme e mora nas tuas mãos. Sobre a memória do meu corpo persiste ainda a memória das tuas mãos a devassar inconfessáveis anseios, gemidos que ferem o perfeito silencio. A tua presença pressentida desarruma a nossa rotina.
Quero achar-me um dia. É inevitável. Julgo que é inevitável deixar de me encontrar, num ser que tem tanto para dar!
Mas, quem sou eu? Eu sou quem sou, e sou como sou. Tenho percorrido caminhos longínquos que o destino me tem reservado.
Confesso ser forte por fora na minha aparência, fraco por dentro, mas com paciência.
Mas não me deixes só porque não posso viver sem ti e o meu coração será apenas pó.
Por favor, preciso de ti. Olha para mim, não vês que sofro?
Tu és aquela luz que me ilumina os caminhos por onde ir, a vida certa, perfeita e me transmites a confiança e a razão para não me matar.
Desejo-te quando não te posso ter!
Odeio-te quando mais te desejo.
Quando a neblina da tristeza me invade, as palavras choram, as lágrimas caem. São sentimentos que no coração moram e que quando do coração saem, são palavras que lacrimejam.
Quero ser o que realmente sou, ou ser o que realmente não sou?
No entanto ser o que sou é excluir aquilo que não sou.
Então, como poderei saber que sou aquilo que não sou, se poderei sê-lo?
Só sei que nada sou e serei.



Imagem: Google

domingo, 19 de julho de 2009

Ilusão da palavra ou palavras de ilusão...


Depois de um banho com água fria, para acalmar o espírito, o stress de uma noite mal dormida, visto-me a preceito e corro como louco. Não te posso perder. Dirijo-me freneticamente para o nosso espaço habitual.
Apesar de o estio já ter nascido, a manhã estava fresca o que convencia a um pouco de conforto. De algum calor. Não podia arriscar. Enquanto corria ia monitorizando o relógio, o que me ia provocando uma queda que não aconteceu porque me consegui equilibrar ao bater num sujeito alto e espadaúdo, mas portador de uma cara cadavérica. Tudo, mas tudo foi importante pois alcancei-te a tempo. Respirei fundo várias vezes para renovar o ar gasto dos meus rarefeitos pulmões, e sorri. No entanto comecei a sentir um friozinho no estômago e a pulsação acelerada, tal e qual como quando do primeiro encontro. Que loucura a minha. Já há vários anos que te conhecia. Todavia, para mim era sempre a primeira vez.
Ainda lá permanecias e não tinhas partido. Vi-te ainda de longe. Desci numa corrida louca as escadas de mármore que me separavam de ti. Estavas imóvel, numa espécie de espera, de quem espera, pela hora certa.
Por vezes imagino que a vida tem banda sonora. Sim! Como nos filmes de Bertolucci. Lembras-te do La Luna? Sim! A sua obra mais polémica e obscura. E o que é a vida senão um fita, umas vezes cómica, outras dramática? Fecho os olhos e ouço a música de fundo. Sabes que existe uma para cada momento? Sim como nas películas, também na vida o “realizador” escolhe a música que melhor enquadra a cena. A que oiço hoje é triste, mas a melodia ajuda-me a chorar e depois paulatinamente estanca o manancial de lágrimas e deixa-me melhor, purificado.
E como de uma cena se tratasse cheguei-me de mansinho até te invadir e penetrar o teu interior.
A partir dali os corpos ficaram unidos de tal modo, que eu senti-a as batidas do teu coração. A minha respiração confundia-se com a tua. Entreolhámo-nos e sorrimos. O teu sorriso percorreu-me a medula e sonhei de olhos abertos: “Finalmente tenho paz. Não tenho nada nem ninguém à minha espera, não tenho horários, nem nenhum lugar para onde ir. Tenho apenas a tranquilidade da praia, o cheiro do mar, os gritos das gaivotas o calor do sol para me aquecer o corpo e a alma e a ti.
Nessa altura vou passar muito tempo a escrever. Escrever sem parar o que me vier a cabeça. Prosa, poesia, palavras sem nexo, cartas de amor para ti e para ti.”
Despertei e apercebi-me que de facto estava dentro de ti. Partimos juntos para a aventura. A loucura apoderou-se de nós.
Os nossos movimentos estavam sincronizados, como um relógio Suíço de quartzo.
Existia um vaivém cadenciado e regular. Por vezes esse movimento parava como impedido por algo que não dominávamos. Mas, entendíamos que assim tinha de ser.
Depois de alguns minutos, prosseguíamos cada vez mais rápido.
Por vezes sentia que te cansavas da mesma posição. Então, eu esforçava-me por mudar, para que te ajeitasses ao novo espaço dos nossos corpos.
Enquanto te ajeitavas deixei-me fugir de novo. Já não me encontrava ali. Tinha voado como um pássaro que habita em mim. Para muito longe da realidade. Um pássaro que se recusa a voar para a liberdade que lhe permito.
Mas ele recusa. Um pássaro que me pune com a presença, que me corrói as vísceras. Ordeno que voe, que me deixe, mas não. Não me obedece, não voa. Será um áptero? Continua a ferir-me todos os dias, até que me renda. Ave maldita que apenas te oiço chilrear e nada me dizes.
Mas não me alicias. Sou forte e resisto. Chilreia e tenta calar-me com essas asas castradoras das emoções. Busco-me a mim mesmo dentro da ave que me habita. Dou-me a liberdade que não quero, e fujo de mim num voo rasante no mar dos sentimentos.
E os sentimentos embebidos em amor e paixão estavam presentes quando aterrei de novo em ti.

O movimento é cada vez mais rápido e o suor começa a fluir, sem nada que possamos fazer.
Um calor enorme invade-nos a face e todo o corpo com tal intensidade que por vezes parece que vamos desmaiar. Mas não, uma atracção ainda maior faz-nos ainda mais unidos um ao outro e quando não aguentamos mais seguramo-nos...
Mas, estamos mesmo a chegar ao fim... mais um pequeno esforço... Até que...
Uma voz efeminada e metálica ecoa nos nossos ouvidos: “ próxima paragem, estação de Entrecampos.”




Imagem: Google

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Destino?



Penso, torno a pensar, e desde sempre pressinto que só pertenço aos sítios onde não estou e que só me entrego a quem não posso. NÃO? É um assunto para de novo cogitar até que a alma me doa. A minha vida desconchavou-se em mil cacos. Raramente me descubro.
Até a noite tomba onde não me encontro. É como uma anedota contada por cima de muitos copos de Super Bock, no fim de uma tarde estival.
No entanto quando a noite arrolha a tarde, uma brisa fria obriga ao casaco e, depois de estender o olhar uma última vez sobre Lisboa e o Tejo é hora de voltar a casa. E quando chega a hora, é muito mais fácil quando conhecemos tudo, sabemos o caminho, observamos os sinais e a estrada não é enganadora, mas a viagem tem mais sabor quando cada encruzilhada é uma incógnita e o destino, um indecifrável enigma.
Mas dizem que a noite pode ser assim muitas coisas, pode ser um castigo ou pode ser um bálsamo. E sempre que me vejo nessa incerteza nocturna, eu afasto-me das luzes e corro, corro muito pelas artérias de laje dura, corro a noite toda às voltas tentando encontrar-me.
Mas eu existo? Já não sei. Estou consumido. Dei-me sempre mais do que podia.
Antes, a solidão vergava-me, mas com o rolar do tempo povoei-a com alguns sorrisos, com uns pequenos e acanhados gestos de cabeça, que aderem à mente, e me dizem que ainda existo, que continuo vivo e que ainda pressinto o coração a afoguear aqui dentro do meu peito. E quando o silêncio se cala de vez, ele bate e eu oiço.
É tudo o que podemos ganhar quando se aprende a estar sozinho, tem-se tudo e não se possui nada.
Se morresse agora não deixava nada, porque bebi toda a minha sede, esvaziei-me, devorei noite após noite com o amargo que têm as coisas antes de nos pertencerem.
Sou um corpo que se evita, um homem cujo nome se arruinou no trilho do tempo.
Penso mesmo que o meu corpo vive hoje dentro do espelho, onde se perdeu o teu. Percebo que troquei um futuro mais que perfeito por um presente indicativo, só não entendo o que foi obra do destino, ou aquilo que foi intencional.
Julgo que foi, é e será sempre a incógnito da vida que nos conduz. A sorte é não lhe conhecermos o trilho.




Imagem: Google

terça-feira, 14 de julho de 2009

Oásis de amor



Quero beijar os teus seios de sereia, quero deslizar as minhas mãos no teu corpo de Deusa, como se fosses uma obra de arte feita pela mão certeira dum escultor, como se fosses barro nas minhas mãos de artesão.
Quero que me faças suspirar, de paixão, desejar, suplicar por mais, enfim gritar o meu nome quando estiver em ti.
Quero que sejas a minha montada e que me leves a percorrer o teu corpo como se ele fosse todo meu.Quero-te ouvir gritar, olhar o teu rosto em êxtase, penetrar nos teus olhos que envolvem os meus com os tentáculos da paixão.
Quero ser teu hoje, agora, e perder-me num oásis do deserto do teu corpo, onde poderei finalmente saciar a sede que me emprenha o meu ser.

Texto: JC
Imagem: Crystal

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Noite


É noite cerrada na minha alma de farrapos rasgada de dor

Noite cerrada como breu que não me permite olhar-te

Noite sem estrelas cintilantes que me alegram os olhos lacrimejantes de saudade de ti

Noite sem gesto de ternura que é consumada pela mão do teu ser de mulher

Noite sem ti no meu corpo vazio de sentimento e tão repleto de paixão

É noite cerrada na minha alma

Noite... e nada mais!


Escrito numa noite comum… e nada mais!
JC
Imagem: Google

domingo, 12 de julho de 2009

Quando


Quando as minhas mãos te tocam, sinto um corpo em êxtase, um corpo ardente de desejo.

Quando as minhas mãos te tocam, sinto que te ilumina a alma, o coração e o querer.

Quando te abraço, são dois corpos unidos pelo anseio da união.

Dois corpos que tremem de sofreguidão, de amor, que enlouquecem pela hora que não se vislumbram.

Quando te toco sinto o teu vibrar como se fosse a primeira vez.

Quando te abraço, sinto o palpitar de dois corações que em uníssono clamam pelo amor, pelo desejo.

Sinto embebido em mim o teu calor, o teu cheiro, a tua presença.

Quando nos acariciamos, deixamos cair no chão a máscara do dia e ficamos despidos de preconceitos, como dois inocentes que nada mais vêm, que a paixão.

Ao beijar-te sinto-te em mim.

Sinto-te na sensualidade que tão bem demonstras.

No azul do céu, no azul do mar; cor azul que penetrou no meu coração como uma seta mordaz, que me fere de desejo.

Ontem amor… ontem consegui chegar ao azul celeste, com os teus lábios e língua de amante impiedosa.

Ficaste com o sabor doce do sémen que te dei de paixão.

Depois saboreamos ambos nos teus lábios o sabor da vida…

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Amor Reflexo


Quando me olho ao espelho vejo um espectro… sem vida própria, sem traços de gente.
Por vezes não me suporto. Não me quero ver e cerro os meus olhos marejados de lágrimas que não vivem. Estão extintas de tédio, pois surgem-me diariamente.
E tal como estas lágrimas, o descontentamento invadiu-me a existência.
E o tempo não sara os estigmas do amor… principalmente se sopra e nada nos verbaliza. Passa por nós como um tornado que nos destrói a vontade, o querer… e eu fico prostrado como que atingido por uma abulia.
Por que é tão difícil fazer-te sair da minha vida?
Quando mais quero esquecer, mais as coisas que me rodeiam fazem recordar-te.
Ao matutar nos anos que já nos conhecemos e por aquilo que já passámos, as lágrimas caiem-me pela face como água límpida duma copiosa cascata.
Certos dias doem-me os olhos do pensamento, a cabeça de muito querer ver como te via.
Não gosto, nem quero pensar, que tudo foi em vão, porque sei que não foi.
Mas então, porque acabamos sempre por pôr um término ao que temos?
Sou insuportável, tu és intolerável. Existe entre nós uma sinestesia de corpos e pensamentos que não destrinçamos, com medo de deixarmos de existir. Como se eu te dissesse ao ouvido inspira, agora expira; como se me ensinasses tudo aquilo que sou e levei anos a edificar.
Não sou ninguém sem ti; tu recusas a sê-lo sem mim. Precisas de mim na mesma proporção em que preciso de ti.
Sei o quão doloroso é tentar esquecer-te e tentar apagar-te da minha vida... já o tentei uma vez, duas, três… não consegui e o resultado foi o que sabemos.
Não te quero apagar integralmente da minha vida... comportas ainda todas as recordações, das quais não quero abdicar.
Mas estas lembranças são demasiadas, e vão-me roendo por dentro.
Já, por várias vezes, pensei que és como um vício... e volto a considerar essa ideia.
E como viciado que sou, não consigo desintoxicar-me de ti... cheguei a um ponto em que te encontras completamente impregnada em mim, na minha mente, no meu sangue, no meu ser...
Nas minhas veias não corre sangue, circula ácido que me queima a alma, que me incendeia o coração num fogo-fátuo porque o sinto em putrefacção.
Já o não sinto dentro de mim, entreguei-o por vontade, por paixão. Sinto-me um infecundo da paixão, quiçá da alegria, imaginação ou até de mim.
Magoo-me tanto.
Magoei-te a ti.
E pior ainda, magoei outros.
Não sei que seria o mais adequado a fazer agora... se ficar, ou partir para outra...
Uma parte de mim quer isso... mas a outra parte agarra-se de unhas e dentes a ti...
Porquê?
Diz!
Não sabes!
Não sabes, mesmo?
Eu também não!
E te tanto tentar perceber aquilo que sou, sinto cansaço de tudo.
Principalmente de mim!
JC
Imagem: Google

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pinto-te


Pinto-te em letras escarlates,
Saboreio-te em traços de acasos mirabolantes
E segredo-te indecências brilhando no escuro!
Pingo-te nos olhos ternuras e sonhos,
Espreito por eles a tua alma,
Descubro emoções,
Incendeio-te o íntimo...
Entranho-me na tua pele,
Esqueço a tua tela,
E deixo-me consumir no fogo que ateei!

Escrevo-te os desejos,
Amanheço-te a fantasia
E encanto-te as noites de gélidas de amor.
Pintura: Fernando Barbosa

domingo, 5 de julho de 2009

Nu só para ti


Afundo os meus dedos em ti,

Os meus olhos nos teus...

O calor doce,

A tua língua

Em mim...

Fundo o meu cheiro no teu,

O meu sabor no delírio de um beijo!

E a chama dos sentidos,

Emoções a corar ao sol,

Desfaz-me o corpo de encontro ao teu...

Mergulha no meu sal,

Na minha água e na minha espuma...

Embala o teu corpo no meu,

Amacia a tua pele na minha água de rosas...

Que freneticamente preparei para ti.

E quando a penumbra que nos namore o banho

Se estender pelo delírio de valsas e tangos

A paixão encerrará em cofre de seda a tua voz,

A chave mergulhará no tempo!

Apenas as tuas mãos a saberão usar,

Em noites de lua cheia,
E banhos de espuma enluarada!

Nu só para ti!