Os meus lábios permanecem quentes, o coração enorme no meu peito apertado. Nos meus olhos, tenho ainda restos de luar que me inundaram nas frestas abertas das noites de chuva.
Eu abraçava-te enquanto tu me acariciavas a face fria. E foi sempre assim, até que nos deixámos afundar, ainda enlaçados, no pântano que nos cercou até ao sufoco. Dissipados no meio da cidade triste e lacrimosa apenas uma melodia dos fingertips baloiçava numa música carente.
Não, não foi sonho, as noites estiveram. Permaneceram cravadas no gelo das minhas mãos, e o gelo guarda. O gelo queima.
Que o gelo se liquefaça velozmente e te banhe corpo e alma a água cristalina do meu amor.
5/11/2011