Quantas as saudades que já sinto de mim.
Tanto tempo perdido que já não sei se sofro o que vivo, se não vivo o que sofro.
Porque me perco, quando estou tão perto de me encontrar?
Porque permaneço sempre na berma vazia da estrada?
Quanta a nostalgia de sentir aquilo que quero ser.
Por que me perco quando pensei achar-te?
Perco-me de mim, de ti, da vida e do meu sonho e fico prisioneiro neste restrito pensamento.
Quantas as noites gastas a soletrar cores que não vejo, a cheirar odores que já não sinto.
Quantos dias consumidos a silabar o teu nome que não conheço?
Deixo cair do rosto vadio gotas de pensamento e aromas de ilusões dissolvidos.
Sei que me perco como criança distraída, nos meandros dos meus sentires.
Não quero que a cruel tristeza me trespasse como uma extrema violação.
Quero de novo encontrar a essência de sorrir, de viver, de amar.
Vou esperar pela noite que irá chegar, enlevar-me em mim, deixar-me embalar pelo brilho das estrelas, beijar a lua que me acompanha e quem sabe aguardar pelo sol furtivo do amanhã e quiçá me encontre dentro do meu corpo.
4 comentários:
Meu querido amigo
Palavras de dor...um texto muito sentido.
Quantas as noites gastas a soletrar cores que não vejo, a cheirar odores que já não sinto.
Procura as cores e o que sentes.
Beijinhos
Sonhadora
Você me lembra Clarice, pareço lê-la em você.
Abraços
Bruno
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