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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Semente



É possível

Que a memória se apague…


É possível

Que chegue o perdão...


O que não será possível

É que cada um

Não receba,

Na medida exacta,

O fruto correspondente

À semente que lançou à terra…


Eu estou preparado...





terça-feira, 6 de julho de 2010

Utopia de um sonho



De olhos cerrados, e coração lacerado, esta noite pairei num sonho lindo! Sonhei com o nascimento de uma filha.
Imaginam a emoção que foi? O meu maior sonho! Consegui ver na perfeição as feições dela e despertei com lágrimas a percorrer-me a face!
Sim! É isso, a filha que nunca tive… e não vou ter… tal como outras realidades que nunca alcançarei.
Mas voltemos atrás. Irei largar a utopia e agarrar-me à realidade que me sufoca.
Cobre-me o manto da noite, a solidão. Nos dias jaz a voragem insensata da minha loucura, enquanto meus olhos de chuva quente a transbordar caem no rosto e no teu olhar mergulham.
Não sei se solidão é não ter sono e escutar todos os ínfimos ruídos na rua.
Não sei se solidão é lembrarmo-nos quem somos e o que fazemos.
Não sei se estar só é estar ausente do corpo que mora num espaço repleto de multidão.
Não sei se solidão é escrever à flor da pele, ao estalar da alma, rodeado de memórias e títulos de lombadas já gastas e acompanhado apenas de uma música amena para não acordar quem dorme, espremer ao máximo os gritos que apetecia atirar até os ecos morrerem na neblina do Tejo e esquecer o agrilhoamento da porcaria que envolve o mundo como se esquecesse de que é nele que se pagam todas as injustiças.
Não sei, se estar só é a vontade de sair e gritar de pulmão aberto, acima das misérias, existe ainda a gratidão; e que bastava que ela fosse partilhada na reciprocidade para nos sabermos acompanhados.
Não sei se a solidão é a impossibilidade de respondermos sim ao que nos pedem.
Não sei se estar só é ser-se mal amado.
Não sei se solidão é viver perdido entre muita gente e cercado de uma permanente ansiedade.
Não sei se estar só foi vontade de Deus…
Agora, quero recordar os meus derradeiros anos de vida, como memórias penduradas nas paredes.
Os momentos onde te conheci, onde te amei, onde lutei pelo teu amor, e morri.
Parti ficando agregado a ti.
Ausentei-me de mim levando no colo do meu pensamento, a filha que nunca tive.